Começo

Beijar-te-ia, mas com um beijo que começasse menino, daqueles beijinhos, meio tímidos, que medimos boca a boca.

Mas que depois acelerassem, e tornassem-se surpreendentes, roubando o ar.

Engolindo e atrapalhando a língua, matando a sede na boca.

Um beijo de rio, doce e traiçoeiro, cheio de correntezas.

Nenhum silêncio a bordo, nenhum silêncio...

Atrapalhar-te-ia a quietude das mãos...

Não terias mais saída, o tempo seria convidativo.

Desejos caudalosos e um vento de seda.

Sussurrar-te-ia ao ouvido algumas e todas as besteiras... Suplicar-te-ia mil coisas

Atearia mais fogo a teu incêndio.

Devorar-te-ia a tua carne amada e fresca

Minha doce cobiçada insana...

Janaina Cruz
Enviado por Janaina Cruz em 24/01/2010
Reeditado em 18/05/2013
Código do texto: T2048586
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