Começo
Beijar-te-ia, mas com um beijo que começasse menino, daqueles beijinhos, meio tímidos, que medimos boca a boca.
Mas que depois acelerassem, e tornassem-se surpreendentes, roubando o ar.
Engolindo e atrapalhando a língua, matando a sede na boca.
Um beijo de rio, doce e traiçoeiro, cheio de correntezas.
Nenhum silêncio a bordo, nenhum silêncio...
Atrapalhar-te-ia a quietude das mãos...
Não terias mais saída, o tempo seria convidativo.
Desejos caudalosos e um vento de seda.
Sussurrar-te-ia ao ouvido algumas e todas as besteiras... Suplicar-te-ia mil coisas
Atearia mais fogo a teu incêndio.
Devorar-te-ia a tua carne amada e fresca
Minha doce cobiçada insana...