Nebuloso

Em certos dias pesadas nuvens trazem

um emplastramento dos sentidos.

A visão turva procura entre a bruma a paz

que se ausentou. Sumida ave aquietada que pousou.

Borboleta aplacada não ousou...

O azul do mar então enegrecido ,

morrendo em ondas de melancolia ...

em altos morros gélidos se transformou.

Não adianta tentar um aquecimento.

Há que curtir o frio e a dor até o fim !

Senti-los devagar dentro de mim.

Encarando-os de frente a extinguir

num resquício de esperança ,o porvir...

Pensar que o vento outro dia vai trazer

alguma lufada amornada de prazer.

Um céu azul e sol irão aparecer.

Tudo vai passar enfim ...

Pois todo coração poeta alcança

a alegria e paz que necessita.

É como alma de criança: num momento

reverte o pensamento ,desvia o seu intento.

Cria a ação.

Alguns versos ritmados brotarão.

Verei novamente um espaço lindo !

Nebuloso é apenas um equívoco

de algo que passou

e quase já morreu....

(2004)

luferretti
Enviado por luferretti em 29/07/2006
Código do texto: T204852