A NATUREZA CHOROU, DE JOELHOS

Teve um dia em que a Natureza acordou triste e cansada...

O sol se fechou entre as nuvens e elas escureceram...

O vento soprou nervoso, sibilando entre as copas das árvores,

Que tentavam manter suas raízes ao solo, em vão...

Em alvoroço, os homens procuraram o abrigo de suas casas.

De repente um raio cortou o céu negro, num clarão pavoroso

Fez-se presente a voz de um trovão em graves notas de fúria.

O vento parou, nuvens negras pairaram abafadas, sobre a Terra

Nesse momento, como que de joelhos a Natureza chorou...

A sua tristeza inundou a Terra formando rios caudalosos...

Varreu para longe o concreto que lhe impuseram como manto.

Derrubou encostas como se pedisse respeito, dignidade...

Chorou em silêncio, dias inteiros e ninguém ousou interromper...

O que se ouviu, foram invenções humanas em protesto...

Concretos levados por enxurradas, casas destelhadas

Pontes derrubadas, carros à deriva, homens em desolação!

A Natureza chorou e nem secou seu pranto... Nada mais a comoveu...

Em todo lugar, até onde a vista pudesse alcançar, apenas o caos...

E homens choraram suas perdas, perdidos em seus pequenos mundos

E nem perceberam que o pranto cansado e desiludido da Natureza

Foi porque no coração dos homens, o amor à Natureza morreu!

sukie hikari
Enviado por sukie hikari em 24/01/2010
Código do texto: T2047393
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