Confiança pueril
Tem gente que não acredita em fadas,
E neste lento ritmo não se deixa embalar,
Não crêem em histórias encantadas,
No róseo da vida não querem estar,
Não aproveitam as deixas sutis, feiticeiras,
Preferem abespinhar-se em sua dor,
Não se permitem serem miúdos no meio das roseiras,
Em intermináveis folguedos até o sol se por,
Tem gente que não se admite a uma brincadeira,
As guerrinhas ingênuas de travesseiros,
Que malogram as crianças arteiras,
E nem sequer um sorriso entregam aos companheiros,
Tem gente que passam os dias vergados na ansiedade,
Num destempero contínuo e latente,
Não usam da fantasia para marcar um guia de liberdade,
E na branda arte de conjugar sentimentos, estar presente,
Mas há também aqueles que nas idéias depositam sementes,
No ofício condescendente de por,
Levam no peito seus enleios transparentes,
Frutos adocicados colhidos ainda em flor,
Divido este segundo momento em cada novo dia,
E reporto em cada letra oferecida nos versos que estou sempre a compor,
Destituindo-me de medos na total alegria,
Pois os meus devaneios, são os rumos certos para o amor!