De (quase) tudo que eu sei...

De (quase) tudo que eu sei...

Sei discernir do bom o ruim

O excelente do apenas razoável.

Sei o sabor do doce e do sal

O gosto picante, o acredoce.

Sei olhar o céu, quando azul ou cinza

Quando há chuva em pleno sol.

Sei contar estrelas na escuridão.

Sei dos aromas de terra molhada,

De solo suado, do frio, do calor...

Sei separar do bem o mal

Um terno abraçar de um amargor

Sei a emoção do olhar que sorri farto

Sei ver através do ser o querer, o desejar.

Sei falar em silêncio, com a mudez dialogar

Sei driblar na escuridão o só da solidão,

Sei quando azula a liberdade no negrume da prisão

Sei compreender a falta: solene, latente ou dolente.

Sei de letras, das tintas, grafites. De poema e fantasia.

Sei da musicalidade do verso alado que apaixona

Sei contar rimas coloridas pela fresca brisa

Sei do encantar em prosa, da poesia perdida

De barquinhos de papel na enxurrada de sonhos...

Sei de mim, do abandono do seco, do engasgar

Do choro contido eu sei. Sei do que se faz perdido

Da flor interior, do respirar do compor, suplantar.

Sei de quem ontem fui, do que hoje eu sou...

Sei aonde vou, mas carrego guarda-chuvas

Sei do calvário de transportar pesada dor

Sei, no entanto fazer leve, cabível e menos sofrível

Sei do conviver com a sombra, aniquilante vazio...

Sei muito, sei tempo, sei tanto,

Tão pouco, quase tudo, quase nada...

Só não sei me esconder da busca de ti.

E não sei distância, do de ti me apartar.

Não aprendi. Nunca li. Disso me perdi.

Não soube, não sei

Desconheço, ignoro...

Não sei, não sei... Desconheço-me completamente sem ti.

Roseane Namastê
Enviado por Roseane Namastê em 23/01/2010
Código do texto: T2046678
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