Chapéu de palha (...no dia em que um chapéu voou...)
Eu corria e o vento subia a areia
num verão desses que a gente cresce e esquece
mas alguma coisa fica...
eu corria e o sol lascava a pele
numa praia deserta muito branca e salgada
dessas que a gente gosta de sentir o gosto no corpo
que bate na perna e pinica
e quando a gente cresce, um dia, esquece
mas alguma coisa sempre fica...
eu corria e o vento o levava prá longe cada vez mais distante
ele rolava, subia junto com a areia e parecia ter asas
e nada mais importava, nem a distância, nem o sol em brasa
em busca dele eu iria nem que fosse até o céu
foi quando me atirei abraçando o meu troféu.
Ao longe um sorriso acenava a vitória.
Eu era criança e não queria meu pai triste sem chapéu.
A gente cresce, mas nunca esquece como se alcança o céu.