Minuto

A vida chama... Colhe, em vasos retorcidos, cada gota...
O molde criado... Tudo acertado... Nada fora do lugar.
Engole-se os rastros... As estradas não construídas... E afoga-se no travesseiro.
Lavados os ditos... Move-se outro gemido... A pele encosta nas costelas... O coração brinca com cada minuto cardíaco.
Movi estrelas... Sou o candelabro de alguma essência...
O todo circular de um calcanhar...
A vida chama... Colho os versos na gaveta...
Adorno os dias... Encontro os discos revirados... E, pedi apenas cuidado.
Ondas e ondas... Salivam em minha boca...
O mar atinge seu nível de infinito... Arrumo as malas e fecho os olhos... Adormeci em vida.

Amável laboratório de ideias... Marcadas e mortas histórias...

Uma volta em páginas... De tantos livros rabiscados... E eu? Morro em vida... Sou a cicatriz perdida... Ou laço as fitas nos cabelos... Um riso lento.
Lancei olhares sobre a praça... Ganhei os cristais de um verão embalsamado...
Bálsamo em pernas alinhadas... Um passo a frente do outro... Sem resvalos.
Andei tanto... Corro sempre atrás de sonhos... Uma nuvem que passa... A linha amarela sem ultrapassagem de uma estrada.
Falo de um minuto... Um minuto, apenas isso... Passa... Passo
...

22:21