Kanji

Escrever é algo que vai do absoluto ao incerto, faz-me transpor horas neste quarto de luzes amenas numa quase manhã, quase lusco-fusco, quase pedestal.

É prova do incerto quando poematizo sem espera algoz do que se faz de incerto, ou quando liricamente rabisco a janela embaçada do ônibus como dedo, desenhando kanjis sem sentido para um terceiro, os quais eu também não faço idéia do que deve significar. Tanto fez, tanto faz se for um “filho da puta” ou “eu te amo”. Ninguém entende, ninguém traduz, todos sentem.