Entre a porta e o resto do mundo
Entre a porta e o resto do mundo. Sim, assim me encontro, entre a porta e seus defeitos artesanais e o resto do mundo desconhecido. E há tanta palavra lá fora. E tanto de mim além da porta. E, adentrando vagarosamente a sala mundana que me aguarda, fascino-me com o fantástico modelo dos bestas, com as caricaturas humanas, com os momentos humanos e as ascenções inferiores. E existe um pouco de medo entre a porta e mim, medo esse que se submete aos meus encantos, que me encanta e me reativa para as potências, para o que se manifesta nas alegrias alheias. Entre a porta e a outra porta... Agora, detalhadamente indeciso, com modos de besta, jeito de besta e uma veia nordestina que me torna um estranho entre as portas. E há hemisférios tão distintos, extremidades tão agudas, culturas tão fundidas... E eu? Passo adiante? Fecho a porta? Mantenho-me à sombra da porta dos fundos.
Vou-me...
A descrença na felicidade da vida não fez e nem faz diferença.