Não queira.
Não quero o nada
Não o quero novamente.
Estou cheio do vazio
Cansado de ilusões.
De sonhar sozinho
E de realizar também.
O nada se mede?
Pois que não cresça.
Quase tive o tudo
Acho que o joguei fora.
Lamentei muito
Por tempo demais.
Erros sem conserto?
Só a morte não tem.
Aproveite o presente
É o que você me diz.
Jogar fora o passado
Eu quero,mas você deve.
Meus fantasmas riem
Amam e andam por aí.
Meus fantasmas eu criei
Alimentei e me apeguei.
Meus fantasmas me amam
Ou odeiam e com razão.
São meus,de mais ninguém
Eles e a culpa,só meus.
Mas a cada dia que passa
São cada vez mais fantasmas.
Mesmo que tenham corpo
Mesmo que me tenham raiva.
Exorcizo aos poucos
Um de cada vez.
E aos poucos me liberto
Desassombro o consciente.
Seu fantasma não existe
Se foi com todo o mal.
Não mais te machuca
Só quando você deixa.
Seu fantasma se foi
Mas deixou algo bom.
Ame o que ficou dele
Ame o que é real hoje.
Pois não é mais ele
E com ele foi seu tudo.
Não tente preencher seu nada
Não com ele,hoje ele é nada.
Prepare seu nada,limpe-o
Deixe-o confortável,seguro.
Escreva um manual de erros
E assim não mais cometê-los.
Pois um dia alguém como eu
Cansado do meu nada
Pode olhar para o seu
E querer que dos nossos nadas
Surja um tudo maravilhoso.
Sem os males dos outros
Sem os erros nossos.
E que tenhamos nosso tudo
E que nunca mais sejamos
Nada.
(Pra você que veio como um tornado entre minhas nuvens escuras e levou pra longe o mal que fiz e que me fizeram,agora já consigo ver o sol...)