E por que falas?

O poeta extravaza na escrita o embaralhado que amontoa em seu peito

E estranha-se tal poeta na real vida enfrentada

Pois acostumar-se a gritar aos ventos suas questões e descontentos

Fa-lo achar que poderia expressar-se a qualquer um

E o amor que em si soa descuidado,

ansioso, apavorado,

no outro pode sentir-se demasiado

e motivador a desencontros.

Então o poeta tão sincero

paga a dor, em tilintar severo

de ondas de paixão mal resolvida

isto se não a chamarmos de desconstruída.

Ah, mas quão difícil seria a construção

de qualquer coisa que não se fizesse belo

se a labuta deste homem é trazer à tona a graça

e até mesmo emparelha e fantasia

as mais profundas de suas mazelas

e transforma o sofrimento desmedido

em pétalas descritas em papel de carta.

Se seus versos não agradarem a gregos,

poderia garantir que de troianos arrancaria boas risadas

O problema é não enchergar no aceite

um convite e um deleite

para alguma estripulia garantida.

E sofrer-se-á, pois, a dor

de não conseguir amor

daquele por quem se declara apaixonado.

Larissa Godoy
Enviado por Larissa Godoy em 18/01/2010
Código do texto: T2037108
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.