E por que falas?
O poeta extravaza na escrita o embaralhado que amontoa em seu peito
E estranha-se tal poeta na real vida enfrentada
Pois acostumar-se a gritar aos ventos suas questões e descontentos
Fa-lo achar que poderia expressar-se a qualquer um
E o amor que em si soa descuidado,
ansioso, apavorado,
no outro pode sentir-se demasiado
e motivador a desencontros.
Então o poeta tão sincero
paga a dor, em tilintar severo
de ondas de paixão mal resolvida
isto se não a chamarmos de desconstruída.
Ah, mas quão difícil seria a construção
de qualquer coisa que não se fizesse belo
se a labuta deste homem é trazer à tona a graça
e até mesmo emparelha e fantasia
as mais profundas de suas mazelas
e transforma o sofrimento desmedido
em pétalas descritas em papel de carta.
Se seus versos não agradarem a gregos,
poderia garantir que de troianos arrancaria boas risadas
O problema é não enchergar no aceite
um convite e um deleite
para alguma estripulia garantida.
E sofrer-se-á, pois, a dor
de não conseguir amor
daquele por quem se declara apaixonado.