Liras

Minhas epopéias

São vagões trilhando, soltos

Breve louro da batalha ganha.

As fragrâncias liquefazem

À certa praia dum pôr-do-sol inequívoco

(ao rufar dos surdos).

Sob a pérgula, enjeita o sangue ardente

Jaz no maltrapilho ventre, bolhas e caldo

A me alimentarem sem reforço, nem cálcio.

O mesmo sismo balão a escarafunchar nos azeites

E muitos gamam no jogo cenho, porém desentocado

Vem a pipilar, saracoteando o rabo de raposa.

Não mais (nem menos) encarapinhado

O louro da batalha perdida

Peças em feridas chicoteadas, inanimadas.

Num dia calmo e de veraneio

Eu hei de ter o felsito da utópica caverna

Brotando estalagmites, donde hiberna o urso.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 27/07/2006
Reeditado em 31/07/2006
Código do texto: T203359
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