Inimigos do mesmo time

Amigos, diletos e amados. Onde se encontra a vossa presença? De fato, foi real a vossa existência, ou sois apenas espectro dos meus dilemas, criação da minha máquina-velha-mente?

Amigos, diletos e mentirosos, não fui usado e ousado quando adentrei o vosso meio, altruísta e heróico, pronto a defender causas, a abraçar momentos? E sempre houve um murmurinho daqui, uma conversa estranha, uns modinhos desajeitados da vossa parte...

Amigos? E se eu vos disser que a vossa mentira, antes mesmo de ser manifestada, já me era conhecida, admitida e reprovada entre calços e encalços, pois o homem depende dum meio?!

E se eu vos disser que também sou amigo, amigo de vezes, amigo em momentos, amigo conveniente e traiçoeiro como vós.

Segue-se a coisa, amigos. Segue-se a vida na amizade, na realidade, obscura e quase amiga aos que se encantam com o desencantado significado de amigo: inimigos do mesmo time.