Sem título...

E ele chega...
Voltas e voltas em mim mesma... Vira correnteza...
Quem não quer uma passagem de ida... De começo... De recomeço.
Simplesmente, espetáculo de uma roda gigante... De vários andaimes... De construções em sólido acabamento... Paredes soltas, com ares de concha.
Eu vi, nas esquinas, um vale prêmio... Um ingresso articulado... Os mesmos cuspes sem articulação...
Mas, e os requintes de cuidado?... E o vasto caleidoscópio de cores?... E aquele Amor de outro tamanho?...
Perguntas... E respostas... Que sigam o chão do asfalto...
Gosto dos verdes campos... Gosto dos meus prados...
Do músculo cardíaco em galopes soltos... Dos pés e calcanhares ainda que lentos, nada mancos.
Quem não quer um Amor em rebuscamento de flores... E não um jardim com conta- gotas de regas...
Quem não quer O arquétipo retorcido... O debulhar rotas... O atingir os precipícios de notas...
O erguer ao infinito os braços... Páginas escritas com a língua...
Enfim, o cultivar a urtiga...
Castiçais de prata... As veias em círculo perfeito... Os moldes de um começo...
Ah! Tanto a aprender ainda...
Em goles, moldaria os arames retorcidos... Envolta em espinhos.
Quem não quer um AMOR que distribua palhas de ouro... Alguns rastros de folhas... E heras que sucumbem ao desejo mais louco.
Se por ventura, moveres a lua... Mudaríamos o rumo das ondas... Viraríamos do avesso as crostas terrestres... E... Tudo viraria nada.
O texto ganha o prumo que delineio... Sem entremeios... Sem mais entrelinhas...
Gosto das atitudes que tomo sozinha...
Quem não quer um vasto correr de pernas... De andares delicados, em torno da face...?...
E ele chegou!... O trem apita na esquina...



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