DOR E ESCOMBROS
Outra vez, minha amiga. Nossas lágrimas escorrem. Certamente não tanto quanto o sangue que jorra dos corpos feridos e recortados, misturados entre escombros e defuntos. Quantos serão estes mortos? Quantos serão aqueles feridos? Impossível contar. Mas pra que calcular se agora o imperioso é salvar?! Proteger os que sobreviveram de uma morte mais lenta, já que não suponho um destino razoável para aquele país. Pois quando ali não é terremoto, como agora, é furacão, como há pouco aconteceu; quando não é alguma desgraça natural a infelicitar aquele povo, é a maldade do homem que destrói, pois aquele país esteve em guerra civil por anos. O que me toca, sobretudo, minha cara, é o espírito de solidariedade que invade todos nesse momento. Natural, poderias me dizer, esta disposição a ajuda. Mas talvez eu seja mais sensível a esta contemplação. Os haitianos sofrem minha amada. Da pobreza, da guerra, do orgulho ferido como nação e da devastação que a volúpia da natureza surpreende.
Me ensine a rezar, querida.
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