No final
Não entendo essa minha transparência, essa nuvem escura, que a cobre e tampa, escondendo minha real aparência! Sinto-me perdido, procurando, desvalido, ansioso... Onde acharei esse entendimento? Nesse mundo quadrado! De que vai me valer tamanha procura? Se a tanto que procuro, e não encontro! Eu que já passei por varias primaveras, as vi nascer e morrer. E tão logo elas também iras de ver-me, pois logo não poderei correr pular, subir em uma árvore e pegar seus frutos com as mãos, balançar em seus galhos.
Nesses dias então passarei a ler meus próprios rabiscos, matando a saudade em uma cadeira de balanço. Revivendo então alegrias que abracei tristezas, que desviei e me valerá nessas primaveras o presente que deixei, para meu próprio presente.
Não ousarei, pensar em futuro, ele vai fluir no pouco, que me restar...
Minha transparência, real aparência e a nuvem, certamente estarão lá! Escondida no mistério de uma vida inteira.
.........” Catarino Salvador “.