O riso das estrelas

O riso das estrelas

Tencionei um novo dialogo com as estrelas, sabendo que precisava mudar meus argumentos, estes eram fracos e segundo elas, indefinidos e confusos.

Elas não me pouparam as expressões de raiva. Ate pensei que estavam compondo uma

cantiga de mal dizer.

Falaram que na longitude de meus passos, não cabia espaço de outros passos a não ser os meus próprios.

Naquela noite só ouvi o que elas tinham a dizer. Imaginando que me trariam noticias de você.

No silencio das vozes mordazes, pintei em um quadro, Odes. Seu olhar não veio e vento espalhou a junção das cores.

Na noite seguinte, dotadas com características do Gil Vicente, de maneira irônica me castigavam por meio do riso.

Com a face cansada e o olhar distante, pedi á elas que lhe entregasse as elegias que á ti dediquei.

Dessa vez não houve risos. Foi então que de longe vi seu retrato mais recente. Nele você era feliz, como quem ama e tem um amor. E o amor estava ao seu lado, presente como quem tem o controle dos atos.

Ser apenas uma peça do passado exige agora total esquecimento da minha memória.

Ás estrelas entreguei minhas ultimas obras em versos decassílabos ou medida nova.

Nos céus as estrelas sussurravam uma antiga canção:

(...)

Prefiro então partir

A tempo de poder

A gente se desvencilhar da gente

Depois de te perder

Te encontro, com certeza

Talvez num tempo da delicadeza

Onde não diremos nada

Nada aconteceu

Apenas seguirei, como encantado

Ao lado teu

Chico Buarque.

Jane Krist Coffee