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SILÊNCIO NÃO TRADUZ TRISTEZA...
Meu silêncio não traduz tristeza. Exprime espera, mudanças, expectativas. O que a boca não diz o coração grita. O que o corpo não movimenta, a alma dança. O que os olhos não exprimem, a mente explode em pensamentos efusivos.
Nem tudo o que o olho vê consegue captar o real sentido. Há muito mais! Há outros sentires. É preciso percepção aguçada, acostumada a outros signos da vida.
Felicidade não se encontra tão somente no sorriso dos lábios. Algumas ocasiões gestos transmitem mais felicidade que a expressão do riso. O deslizar a mãos sobre os cabelos, um leve toque dos dedos na ponta do nariz, o coçar os cantinhos dos olhos por vezes revelam alegria. São sentires saídos pelos poros em risadas despercebidas que só quem entende detalhes de amar plenamente no físico e no espírito conseguirá captar momentos perfeitos de êxtase.
Não. Não se comova com meu silêncio. Há luz na quietude. Há paz se fazendo acontecer. Paz é alegria conquistada que todos querem. Raros os que a têm.
Alguns poucos conseguem perceber musicalidade no sossego. São vozes do coração que silenciam risos transformando-os em movimentos. São sons da alma. Mas, imperceptíveis aos corações blindados. Sons esses que são ouvidos apenas por outros corações que aprenderam a sentir e a provar da paz, da alegria serena mesmo encontrando-se num turbilhão de pensares.
Estou sorrindo, não vê? Pelos poros, pelos gestos, pela letra que me sai. Silêncio é alegria em plenitude de quem brandamente sorri por conviver ternos dias de paz.