PERDIDO NA MADRUGADA

A noite desprega-se do céu, pensamentos turvos, sombrios inquietam minha alma.

A escuridão agora consome a esperança e o medo mais uma vez ressurge na cálida e instigante madrugada.

Espasmos de pensamentos, ideias obsessivas, vontade de abraço, gritar e ecoar a vida pelo espaço estático e inerte pela morte.

Luzes apagadas, quartos ressonando a ausência dos sentidos, vultos transitando apenas na imaginação que anseia pelo movimento

Silêncio, segredo, contravenção, mas o vazio não pode censurar os demônios que ousam revelar-se no nada.

Noite contraditória, de vontades e pudores.

Madrugada fértil, ideias loucas e tergiversantes, insana madrugada que não mais desperta nossa melatonina,

ou atrofia nossos olhos e os mantém acesos diante do breu.

No escuro não existem lados, caminhos, não existe direção, apenas

um cenário própicio para a alucinação e criatividade,

para a fantasia.

Um ruído ousa-se aparecer na dispersão, o coração dispara, os pelos ficam eriçados, mas logo tudo volta a sua essência,

como um elástico voltando a sua forma original,mostrando-se intransponível, incapaz de sujeitar-se a mudança.

Solitária, depressiva e inspiradora aurora, que incita nosso íntimo e nos debruça sobre nossas fraquezas, nos atirando contra

nossa essência.

É melhor ficar acordado porque se dormir na madrugada não vai saber quem é você.Não diga boa noite a quem vai dormir,

dormir bem não é ter boa noite, é diferente, é saber entrar na sedução do silêncio,não quero me ausentar daqui agora, quero curtir, aproveitar minha companhia.

Agora,

com licença, vou apagar a luz...psiu, não fale nada, apenas ouça ...boa noite e até o próximo alvorecer!

Edivaldo de Oliveira Barbosa
Enviado por Edivaldo de Oliveira Barbosa em 11/01/2010
Reeditado em 11/01/2010
Código do texto: T2022730
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