Contemplação

As flores do campo

se inclinam ao vento

majestade invisível

condutor de aromas

dono de pensamentos.

Já os gira-sóis pesados

no orgulho do seu ouro

dão só atenção ao sol

sorvendo sua riqueza

gratuita de vida acesa.

E no ar da liberdade

voam cantos e insetos

meus olhos perdidos

meus sonhos escapados

de poder ser incontido.

A lagoa amansa inteira

é dia de fazer nada

e ficando toda espelhada

captura de ponta cabeça

tudo além da beirada.

Me pergunto sempre

sou parte integrante daqui?

As flores não se viram

nem deitam para mim.

Talvez me falte luz

talvez me falte espelho

sair da minha cruz

levantar dos joelhos...