RECESSO POÉTICO (O ANO QUE PASSOU)
Queria falar sobre o meu recesso poético, mas me faltam palavras.
Daquele moço bonito que ganhou meu coração, me apeteceria conseguir que alguns (muitos) complexos sentimentos fossem colocados no papel – afinal não há quem possa ser considerado o melhor amigo, senão este a quem nada escondo e sem piedade rabisco por prazer ou necessidade, jamais por tédio.
O fato é que mudou a idade do mundo e eu ainda não me adaptei ao Ano do Tigre no calendário chinês. Mentira! Guardarei minhas desculpas a quem acredita.
Queria mesmo estampar aqui tudo o que tem acontecido – de forma poética ou não, já não mais implico – mas essa falta de Sei-lá-o-quê misturada com um quê de Tudo Isso me impede de subjetivar pensamentos que sempre fluíram seguros no papel.
Se apostar em uma maneira objetiva de vomitar o ano que passou, traduzo nisso:
Virei
Bebi
Briguei
Chorei
Estudei
Brinquei
Pensei
Falei
Rompi
Reconciliei
Conheci
Mudei
Trabalhei
Vivi
Namorei
Amei
Virei.
É um ciclo.