Canto Indefinido

Uma pedra no meio do caminho,

Me pego sem destino, sem um rumo a seguir.

Não me lembro quem sou, nem para onde vou.

Estou sozinho, mergulhado na escuridão.

Para onde vou, se à frente só enxergo uma pedra?

Sem direita, nem esquerda.

Sem ida, nem volta.

Apenas eu e a pedra.

Em meio à escuridão, me sinto frágil.

Em meio à escuridão, estou com medo.

Em meio à escuridão, me sinto fraco,

Triste, solitário, largado, esquecido, jogado fora...

Um lixo...

Desaba em mim a solidão.

Sinto a depressão chegar.

Tão fria e certeira,

Que só quem já teve sabe como é ruim o seu olhar.

Mas, nem tudo está perdido!

No aconchego de seus braços que me envolveram friamente,

Uma luz se acende!

Lembrei-me daquela citação:

Não existem problemas sem solução,

Não existem caminhos que não possam ser seguidos,

Não existem pedras que não possam ser levantadas.

Não existe nada disso.

Apenas existe a força de vontade, e sua determinação.

Levantei-me, olhei a pedra e senti uma coisa boa.

O calor novamente me possuía.

E senti-me vivo ao ver que não havia mais pedra alguma,

Apenas rosas, coloridas, floridas, que guiavam toda a minha direção.

E lá no final do meu caminho, alguém me esperava.

Chamava-me calorosamente.

Eu via aquela luz celestial a envolvendo, e me chamava também.

Foi quando percebi que estava trilhando o caminho da morte/vida.

E a pessoa no final era minha alma,

Meu amigo, meu irmão, meu companheiro de longa data.

Cheguei!

O abracei!

A luz nos envolveu!

Senti uma paz divina!

Então acordei...

Afonso Herrera
Enviado por Afonso Herrera em 04/01/2010
Reeditado em 10/01/2010
Código do texto: T2011463
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