Canto Indefinido
Uma pedra no meio do caminho,
Me pego sem destino, sem um rumo a seguir.
Não me lembro quem sou, nem para onde vou.
Estou sozinho, mergulhado na escuridão.
Para onde vou, se à frente só enxergo uma pedra?
Sem direita, nem esquerda.
Sem ida, nem volta.
Apenas eu e a pedra.
Em meio à escuridão, me sinto frágil.
Em meio à escuridão, estou com medo.
Em meio à escuridão, me sinto fraco,
Triste, solitário, largado, esquecido, jogado fora...
Um lixo...
Desaba em mim a solidão.
Sinto a depressão chegar.
Tão fria e certeira,
Que só quem já teve sabe como é ruim o seu olhar.
Mas, nem tudo está perdido!
No aconchego de seus braços que me envolveram friamente,
Uma luz se acende!
Lembrei-me daquela citação:
Não existem problemas sem solução,
Não existem caminhos que não possam ser seguidos,
Não existem pedras que não possam ser levantadas.
Não existe nada disso.
Apenas existe a força de vontade, e sua determinação.
Levantei-me, olhei a pedra e senti uma coisa boa.
O calor novamente me possuía.
E senti-me vivo ao ver que não havia mais pedra alguma,
Apenas rosas, coloridas, floridas, que guiavam toda a minha direção.
E lá no final do meu caminho, alguém me esperava.
Chamava-me calorosamente.
Eu via aquela luz celestial a envolvendo, e me chamava também.
Foi quando percebi que estava trilhando o caminho da morte/vida.
E a pessoa no final era minha alma,
Meu amigo, meu irmão, meu companheiro de longa data.
Cheguei!
O abracei!
A luz nos envolveu!
Senti uma paz divina!
Então acordei...