RESPOSTA A ALGUÉM A DIZER DA IRREALIDADE DA EXISTÊNCIA
Ah, eu te entendo, como te entendo, queria entender menos. No entanto, tento, desesperadamente, o mínimo de um movimento inverso: tenho um amigo pessoal que me manda e-mails com dois pseudônimos, que se revezam. Hoje, lhe pedi que escreva com seu próprio nome, que eu preciso, em algum lugar da vida me sentir real, um pouco que seja. Ele respondeu: Mas nós somos tantos, como vai ser? Eu respondi: Apesar disso, escreva-me com o seu nome, que eu respondo como Zuleika, com a [Zuleika] mínima que me for possível. Isso escrevi a um amigo também cheio de labirintos, como eu, que pertenço à estirpe dos labirínticos; se pudesse, me seria cigana; preciso me vestir, o possível, de uma Zuleika qualquer, que não pode pretender ajuda de psicanalistas (não que os menospreze, longe disso) nem de livros de auto ajuda ( também não tenho nada contra eles). Cigana, não das que lêem mãos e tentam adivinhar futuros, mas porque as ciganas perambulam pelas ruas,o que deve ser bem mais suave do que andar a perambular apenas por dentro de si mesmo. Por isso tudo te entendo, ah, como entendo! Queria entender menos. Só posso dizer que, desses como nós, há uma legião, ainda que todos espalhados pelo mundo, num país chamado APÁTRIA, título de conto que escrevi há muitos, muitos anos.
Abraço da
Zuleika / Zuka / Zu / Ana / Eva do Vale / Eva Fenix / (...)