Não está faltando algo...?
Não está faltando algo...? Alguma coisa que está aí não encaixa. Como um quebra-cabeça que, apesar de devidamente montado, ainda assim dá aparência de que algumas de suas peças não deviam ter aquela disposição... Ou seja, apesar do encaixe das peças, parece haver falta de harmonia! Na verdade o que quero dizer – e aí não vai nenhum saudosismo e nem tampouco uma volta desesperada ao romantismo, é que Copacabana não faz mais Braguinha como antigamente... Será que nos dias de hoje (tão “conflitivos”) alguém comporia algo semelhante a por exemplo: “...Copacabana, princesinha do mar. Pelas manhãs tu és a vida a cantar...., o mar eterno cantor ao te beijar, ficou perdido de amor
E hoje vive a murmurar
Só a ti Copacabana eu hei de amar...”. Na verdade, está faltando poesia, música, tesão, interação, arte.... E o que fica... o vazio, deserto...? Afinal, uma alma vazia é como um palácio sem jardim, céu sem estrela, oceano sem porto, riso sem alegria, deserto sem oásis, vida sem vida e por aí vai. Tornamos prisioneiros da ilha de nós mesmos, e a angústia deste estado fere-nos como um espinho fere o coração, pois a "solidão é ainda um campo muito vasto para que seja atravessado a sós". Estamos esquecendo a contemplação da vida. Talvez seja isso mesmo que esteja faltando...mais contemplação em estado de silêncio. Afinal, a quanto tempo não paramos mais para ouvir o cantar da vida!!!
(Fábio Omena)