O meu tio partiu.
O meu tio caiu doente...
No hospital a luz amarela piscava, piscava...
Até que se apagou e junto com ela, o meu tio.
Ele se foi e partiu o meu coração.
Ainda amo aquele homem
Que esqueceu o meu nome, o seu, os sabores...
O meu tio cozinheiro esqueceu-se da fome!
Festeiro como ele era, partiu sozinho
Em torno de si ficou o silencio, e
Em mim um pouco de história que virou saudade.
Ele costumava sair de madrugada, e
Com sua lanterna Sumia nas trilhas da noite...
Mas, agora sua luz não brilha e
O dia não o trará de volta...
Tio, cuidado com o Boi Bumbá que você me ensinou a acreditar!
Use o seu apito: piuí... piuí pra espantar o Saci!
Vá em paz meu tio!
Só a sua saudade pra preencher esse imenso vazio.