Fé que Alimenta

Sopro no túnel uma brisa quebrada

Castiçais ungem-me, todo o fel

Meus esconderijos me rastreiam

Rastejando cobras, escorpiões, alguns anões.

Não há estagnação, é o inferno a sorrir

Desmerecendo, pouco a pouco, o sorvete

Os açúcares a melarem, novamente

Repatriado nos lençóis serenos, acendo a lanterna.

As bandeiras a meio mastro tremulam, desconfiadas

São molares driblando as engrenagens dum asfalto quebrado

Os olhares vestindo grinaldas escarlates, verdejantes tons

Hão, fugazes, hirsutos e denodados infantis.

Axilas viris alimentando esperança

Desfralda mais um tomo, na velocidade do átomo

Num átimo, torno a me sustentar, num bem estar convulsivo

E ingiro de tarde o café, debalde a fé.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 23/07/2006
Código do texto: T200025
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