À Andrea Santos
Era outro o suor que, agarrado ao teu corpo molhado, tu tanto desejavas. Era outro o homem, outra a casca, outro o pai do teu ridículo fruto. Não eu. E eu tanto que me avisei, tanto que me queimei na tentativa tola de te conquistar. E eu tão jovem, imberbe, cheio de filosofia e literatura virgens, ainda não violentadas pela minha mente, ainda puras sob um puro processo de rimas idiotas. E te amei um bocado, como convinha ao meu eu-adolescente. E vez ou outra, em certas curvas da vida te encontro, co'a mesma beleza, com o mesmo jeito desajeitado. Moça, vieste-me sorrateira esta noite. E que encontro: flores, nossas flores, toques cálidos, lingerie vermelha, beijos ardentes, corpos dementes e os 11 minutos de alusões à ilusão que insiste em ser minha. Tudo finda e o meu relógio AMERICANALHADO diz: It's time to get up. The time is 6:45.
Que merda ! Não fosse a gravação ridícula, com aquela voz escrota, eu teria mantido o momento, em ritmo alternado, tal qual os nervos que se aqueciam sobremaneira naquele sonho.
Infelizmente entendi: It's time to wake up !