Irresistível
Páginas da Paixão parte 2
Goiânia, 28 de junho
Às vezes, tento ordenar meus pensamentos, além disso, sutilmente, escuto as vozes do meu coração. Sei que algo muito forte e profundo, penetra minha alma e transtorna o meu ser. Ainda assim, me tenho eternamente grato aos deuses e, soberbamente feliz... Estou divagando e me questionando, sem entender quase nada. Isto pode ser um milagre,ou será loucura ? Será meu “ feeling “ renascendo das cinzas ?
Hoje cedo, quando o sol deu-se à cidade de Goiânia, escutei um pássaro cantando pra mim. Era um pássaro amarelo-dourado gritando feito um desesperado no alto de uma mangueira, frente a minha janela : Bem- te- vi !
Hoje faz uma semana que te vi, ou faz um ano ? A espera da-me a mesma sensação : O tempo não passa ou passa rápido demais, para eu sentir saudades... Saudades dos olhos verdes de esmeraldas e da boca pequena, vermelha de rubis! Já sei, a saudade será sempre mais forte que o tempo, sempre... Sei também que nossa aventura, além de perigosa, não tem dia pra acabar. Esses encontros clandestinos, não se superam por si, os riscos e desejos renovados têm seu preço: Um fragrante desafio à razão e uma descoberta escandalosa dentro do mundo real. Mas, isso nos parece excitante. Percebo isto, quando encosto minha cabeça entre os teus peitos e sinto um coração batendo descompassado de desejo e ansiedade. Há momentos, em que penso que não te amo, apenas te cobiço. Ao mesmo tempo, sinto que não consigo te esquecer por um minuto sequer. Eu te amo? O que faço? Porque te desejo tanto?
Hoje faz uma semana que te vi. Bem te vi !
E assim nos tornamos irresistíveis um para o outro. Quando beijas minha boca, feito uma abelha rainha, buscando o açúcar que te sustenta a ponto de tornar esta brincadeira quase uma verdade? Ou quando me ajoelho diante dessas duas colunas de marfim para venerar a catedral do teu corpo?
Isto tudo, pode não passar de um sonho. Mas, é um sonho real porque é um sonho a dois... E, quando despertarmos deste sonho, não sei quanto a você, mas eu já terei atravessado a fronteira do inferno, ou será do paraíso?
Álvaro Francisco Frazão.