A calçada marcada a giz de cera
A calçada marcada a giz de cera, o desenho de um mapa mundi onde a raça fundi como uma arca descalçada que faz balançar o tesouro do tempo.
Os livros que nutrem as traças são os mesmos que alimentaram cabeças, a poeira que cobre o móvel sempre imóvel ocupando seu espaço no espaço, e de passo a passo cada vez mais distante do antes.
A infância em moldes, o adulto com seus deveres a velhice já sem afazeres.
Os trilhos da imperfeição de uma perfeita ação dos anos desfeitos.
E sob o efeito do presente surfo dias me equilibrando em outrora
Em outra hora chego depois da hora imposta, depois de amanha é outra aposta como uma reza sem as mãos postas.
Enxergo através de mim a luminosidade que os olhos fechados me faziam ver.
Depois que o cuspe secar não precisa mais chegar, a medida tem seu tempo, e o tempo é sob medidas.
A calçada marcada a giz de cera, expelia energia do tempo e suas pernas cambetas, onde as crianças rabiscavam seus interesses com giz de cera ao invés das canetas.
"PARA AS CRIANÇAS QUE RISCAM A CALÇADA, PARA MEU PRIMO "HIAGO" QUE RISCOU A CALÇADA COM SEU SANGUE DE GUERREIRO, QUE ENXERGOU A LUMINOSIDADE COM SEUS OLHOS FECHADOS".