Muito Prazer meu nome é Morte
Quem é a aparente estranha que de mim se avizinha e da qual me mantenho tão próxima.
De outro planeta ou dimensão?
Dê a forma que quiser, o nome que vier.
É tão bom estar vivo , sentir a natureza em toda sua pujança. Parar e admirar o mundo com seus contrastes, ouvir a voz do vento (ele fala) numa linguagem que todos conhecem e fingem não conhecer. Algumas vezes o escutei a me falar da partida, de um dia triste.
Rodou na minha frente, se fez quente, e me deu adeus. Levou minha saudade e me deixou um gosto amargo de muitos porquês.
Por que isso, e aquilo? Busquei em vão respostas e na ânsia de encontrá-las prolonguei a dor e o sofrimento.
Nunca mais risadas francas e sem propósitos, cigarrinhos e bebidas às escondidas, o calor do abraço, o olhar terno e compreensivo, que só almas amigas podem lançar uma para outra.
Na minha total ignorância sobre mistérios invento teorias, o vejo muitas vezes no rosto dos que cruzam meu caminho, eles me sorriem e me trazem de volta o frescor do que fomos. Crianças, jovens cheios de sonhos, mundo pela frente, destinos diversos.
Me acompanhastes os fracassos e me brindastes as vitórias e de notícia em notícia, estávamos sempre presentes um na vida do outro.
Como éramos livres de apego, tínhamos um sentimento de pura liberdade e partilha(paradoxal) .Se outros amigos o vissem e eu não ,isso não gerava mal estar, mas sim conversas sobre suas e nossas peripécias de crianças.E era isso que éramos um para o outro, sempre e eternamente, crianças.
Quero crer no irracional e nessa crença me manter, pois assim poderemos nos ver novamente e continuar a rir de nós mesmos como sempre fizemos.
Afasto da mente novamente as perguntas.
Por favor, esqueça é melhor assim, não podes fazer voltar o tempo e impedir os acontecimentos.
Tudo em pedaços.
A companheira ingrata rindo da minha estupidez, vendo minha aflição e desespero sem se abalar apenas disse:.
- Estou em você , vem comigo, e se calou.