Sinfonia

Trompete, morada dos anjos

Rima escuta zunido de fúria

Ameniza, penetra raspando

Toca as beiras, estátuas de mármore

Jeito eclético, fino toque, uma pluma

Boca não há, pois há ouvidos: dois!

São poucos, inopiosos tímpanos

Arrancam os gemidos, intensos, delicados

De pesados e tredos esquifes,

Não hão jeitinhos, só espinhos

Insuflam gaivotas migratórias, em vôo

Meus cálices de incipientes pés

Não quebram, ferrolhos e gases nobres

Do quedo e vil metal, a seta aponta, apronta

E a ginga monta em touro, puro de origem;

Ao ressoar das cordas, o tilintar se omite

Quanta imensidão! Incomensuráveis são;

No processo uterino, a lágrima esgrima

Nem se abruma, nem se oculta,

Dilata-se, rente ao pascigo, ide ao ninho;

Meus lemas... Factíveis sistemas sem nichos;

Anciãos, rotos, cegos, imbecis.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 20/07/2006
Código do texto: T198141
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