Caim

Névoa nos quintais onde se alojam minhas psicoses. Festa sob a lona da bela luna que do incêndio fumava carne de qualquer grado.

Minha lama e o punhal de retireiro em ti fizeram a valsa fúnebre, teus cabelos de palha contra os meus fios enegrecidos disputavam a inveja da criança que chorava pérolas de sangue, divina.

Sou Caim, tenho a marca do cordeiro, trago o nome maldito de quem se arrepende sobre estas correntes, muito antes de Prometheus.

Os melhores perfumes e os melhores venenos se encontram nos menores frascos, são eles que encantam e aos poucos impregnam a ponto dos lábios da morte. Que tentem me punir pelo sal da Terra, homens de má ventura. Se este sangue meu se derrama, teu castigo virá dez vezes mais raro e mais lento. Criança divina, Ovelha negra.