Quantas horas, Londres?
Ainda é dia das síndromes do preto e branco, de revisar as folhas secas, de extrair todo o sumo do sumo sacerdote.
Ainda é tempo de mover os ponteiros dos relógios, de ajustar os segundos das calças apertadas e dos jeans dos chapéus modernos.
Ainda existe um custo para ser humano, feio e fétido, limpar com graxa as fotos que espumam cores de graça, mover as tarântulas dos úteros das frutas, triturar a inocência do exorcismo.
Ainda há força para enfrentar uma nevasca em Nebraska, botas de couro, camaleão de chumbo, vivo eu, talvez no Japão.
Ainda há uma chance que se faz presente e nos faz escolher nos tornarmos um panteão de Deuses, ou um pandemônio, loucos de se alvejar às pedras.
Ainda há um fogo que consome os espantalhos de cizal e carboniza os quintais, ambos recheados de sementes duras e enfeitados de vestidos de chita grosseira.
Não há mais tempo para afiar a língua, a disputa de patadas é neste instante. Ela se faz tão instantânea quanto estes produtos de plástico barato dos mercados.
Ainda não há tempo de se ter tempo.