Meu mundo caiu

Nos mulheres, principalmente, temos que nos desdobrar em nosso cotidiano. Ser dona de casa, amante, esposa, amiga, mãe, conselheira, faxineira, executiva, cozinheira, entre outras tantas funções mais.

Muitas vezes nos sentimos bem com estas situações, mas não podemos negar que em alguns momentos, somos tão absorvidas que esquecemos de nossas próprias necessidades. Aí, vem aquele desejo de virar a mesa. Surgem as trapaças que nos impedem de seguir em frente, por medo do desconhecido e, também por darmos importância ao julgamento dos outros.

Isto acontece porque na realidade queremos ser aceitas pela sociedade, já que somos condicionados desde tenra idade a agradar para receber aprovação, carinho e amor. É isto que nos impede de viver a nossa essência. De poder ser autenticas. Daí não vivermos melhor. Por que será? Acredito que seja para não registrarmos a nossa historia, absolutamente humana e transparente para o mundo.

Somos camaleoas por instinto. Camuflamos as cores quentes para não exibir ao mundo apenas os dois lados da moeda, desvalorizada...

Quantas vezes engolimos o choro e estancamos o grito que agita em nossa garganta para não sermos macerados pelo mundo hipócrita em que vivemos?

Sei também que outras vezes extravasamos nossas magoas de modo sem igual, e, depois nos arrependemos... O que fazer?!

Se me fosse possível, cavaria um buraco enorme e dentro dele me refugiaria até a tempestade passar. Covardia. Talvez.

Será que esta coisa de questionamento só acontece comigo?

Sei que não. Mas egoísta que sou, acho que somente eu, tenho o direito de ser punida. Parece que trago resquício de outras vidas, como se fosse um circulo vicioso...

Tenho que ser forte. Tenho tentado, poupando os que me são caro, mas até quando suportarei calada?

“Se o meu mundo caiu, eu que aprenda a levantar”, dizia Maysa...

bette vittorino
Enviado por bette vittorino em 20/07/2006
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