Perdoa-me

Por você eu suspirei, debruçada na janela de minh'alma

Para ter você, fugi do corredor da morte,

Abdiquei da própria sorte

Abjurei. Reneguei minha calma.

Rasguei os valores que, por longos anos, foram -me cautelosamente costurados

Costurei os retalhos dos nossos corações...corações por longos anos mal-tratados

E, enquanto meus lábios gelados pronunciavam teu nome, minhas mãos tremiam,

Meu peito arfava, meu olhar, o teu perscrutava, na vã tentativa de entender...

Não perguntei... como pude me esquecer?

Você jamais pediu que fugisse do corredor da morte,

Que abdicasse da sorte, que abjurasse, que rasgasse meus valores ou remendasse o 

Meu ou mesmo, o teu coração

Teu inferno é teu modelo de paraíso e o que tenho eu com isso?

Agora, vou-me encolhendo, ensimesmando-me na esperança de crescer e ser

Ser apenas uma pessoa que propõe e não se impõe.

Perdoa-me.







Andreia Jacomelli
Enviado por Andreia Jacomelli em 14/12/2009
Reeditado em 16/10/2011
Código do texto: T1978465
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