O POETA E ESTE SEU MUNDO DESCONHECIDO


“Penso logo existo”. . . . . . . . . . “Ser ou não ser” – eis a questão



Penso que os poetas possuem um mundo diferente
Um mundo só seu... Egocêntrico, até num bom sentido...!
Excêntrico, sim! Não é um mundo comum a todos mortais, acho...
Parece que os poetas têm um neurônio a mais... Especial!
Onde mora a inspiração (e a transpiração) da vida do poeta,
Por que poeta sem inspiração não pode ser poeta...!
Os poetas, (isso é certo) também têm uma veia a mais que o normal:
A tal da “veia poética”... É como diz uma amiga recantista muito sábia:
“Só um poeta entende outro poeta” – Que sapiência... E conivência!
Não se consegue fabricar um poeta; o poeta já nasce feito.
Quando criança, a mãe diz: “Esse menino vive no mundo da lua!”
Ou “como essa menina é avoada!” – Pobre mamãe, ela não sabe
O ser que ela mesma procriou e criou... Um poeta, uma poetiza!
Então, as pessoas comuns e normais não conseguem entender
E nem alcançam a extensão “desse mundo pessoal poético criador”.
Acho que o poeta, na verdade, tem uma queda pelo sadomasoquismo
Explico: uns gostam de espicaçar os outros, criticar e comentar com ardor;
Outros gostam de sofrer; de coisas que doem, que machucam ou magoam,
Só a desilusão, a mágoa, a saudade, o desencontro é que lhe inspiram...
Pois só assim podem recorrer ao seu mundo paralelo e pessoal: a poesia...!
É nesse mundo, só seu, que encontra o lenitivo para o desafogo da sua dor.
(Mas alegria e a felicidade também trazem bons resultados poéticos!)
Muitos poetas são amigos da noite. Foram seresteiros e chorões,
Vivendo a vida pelo ciclo da lua... Lua cheia, clara, vibrante de amor;
Lua nova, escuridão do desamor, amor perdido sem a luz da lua;
Lua crescente de paixão e desejos incontidos e não confessados;
Lua minguante de inspiração, vazio de si mesmo, recolhido ao seu mundo!
Muitos poetas antigos morreram do vício da paixão e conseguiram
Deixar seus nomes na história. Hoje, reconhecidos pelos filhos de seus algozes!
Vários “seresteiros da lua”, amantes da noite, ébrios de amores desvairados
Morreram jovens levados pela então incurável tuberculose: pulmões corroídos...
Outros deixaram a poesia de corações devotos e obcecados como o de Peri
Que envenenou a si próprio para matar os inimigos, por amor a Ceci...
Outros viram “A pata da gazela” e sofreram por um amor defeituoso, tão gentil...
Ou pela “Moreninha”, fruto da violência de um marido traído e sem coração!
Os “Júlios Vernes” da vida que muito antes de seu tempo profetizaram e viram
O futuro como o submarino... Ou um “Santos Dumont” inventando aviões...!
E tantos outros considerados, na época, como visionários e loucos alienados...
Enfim, diz o velho ditado: “De médico e de louco, todo mundo tem um pouco”;
Mas eu acho que o certo é que “de poeta e de louco todo mundo tem um pouco”,
Mesmo que não saiba... Ou não tenha descoberto esse mundo fantástico!
Afinal, qual é este mundo desconhecido em que vivemos, construímos e moramos...?
Você sabe? Então me diga, poetize, proseie, comente... se você conhece esse mundo!