Doença de Pinho
Meu pinho emudeceu as cordas
Já desgastadas, meio roucas
Seu brilho ofuscou-se doente
Sentindo, sentindo.
Arriou o bojo,
Nem estranho, nem denodado
Pouco senti no minguar do eco
A derradeira nota proferiu-me em prosa:
Dó!
Melancólico desespero achei
E jogado ao chão, como uma cucurbitácea
(de tão pesada, esparrama-se)
Vi o cetro como aríete
Fincar-me o peito.
Horas: passem depressa!
Quero olvidar-me dos fatos de hoje
A natureza procura regozijo meu
Não me negue as vitaminas.
Eu aqui trancafiado dentro de mim,
Aguardo um ‘não’ desta alma agitada
(cegonhas preparam-se ao labor)
Uma carícia de aveludada seda, um ar
Para, rapidamente, fazer-me voltar.