Quando se ama, se ama e pronto.
Eu vi. Vi sim.  Um homem numa loja de departamento,
num balcão de perfumaria, procurando ou melhor seria dizer, cheirando todos os lindos vidros expostos
de perfumes de grife.
E por um tempo fiquei observando e analisando o por-
que dele estar fazendo com tanta seriedade, me
pareceu, a escolha.
Que procurava um cheiro especial, isso procurava!.
Quem sabe o cheiro da mulher amada? continuei
minha análise. Afinal faço isso por força da profissão.
Quem sabe ele já não havia procurado noutras mu -
lheres, noutros amores aroma análogo mas certamente
sem o mesmo sabor?.
Coisas do amor.
Frascos  desconhecidos, mas com rótulos apelativos
mas sem o cheiro bom da mulher amada.
 E esse não estava em nenhum daqueles frascos que
tentaram ludibriar sua paixão.
Na verdade o cheiro do amor tem aroma diferente.
De paixão, de desejo.
É o cheiro que o corpo deixa escapar quando a boca
beija a nuca e a amada estremece e sente calafrios de
desejo.  E esse aroma não é industrializado.
Nem Calvin Klein, Dior, Lancome conseguem captar.

Ele sai do corpo por comando da alma e é fabricado pelas mãos que deslizam no corpo e pelos lábios que
matam por instantes essa fome de amor que se escon-
de na bruma inquietante do desejo.
Tudo isso refleti enquanto observava o homem e  os
perfumes.
A saudade do cheiro, daquele cheiro em especial o
confundia na busca, enquanto sua alma tonta 
procurava entre tantos aromas o cheiro da mulher 
amada. 
 


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ysabella
Enviado por ysabella em 11/12/2009
Reeditado em 11/12/2009
Código do texto: T1972326
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