Tu és minha enfermidade

Estou enferma. Tu tornas-me fraca. Fazes-me mal, assassinas-me aos poucos com as infindas vezes que me feres. Permaneço enferma e por tua causa! Proibiste o meu coração de atingir a inexistente felicidade. De tentar encontrar a fuga extraviada da tristeza. Aparaste cada fio árido de esperança. Maltrataste o meu olhar, que neste instante já mal diferencia o bom do mau, a claridade das trevas. Desejo livrar esta minha pobre vida, produzir o sangue doce que for preciso para eu tornar a ser eu. Livre, solta do teu deteriorado corpo, coração importado do escuro. A tua quentura sente-se ao longe. Segue-me, tem-me. Faz-me transpirar raiva e fracasso por tão débil ser a minha força, próxima da tua. Enquanto me mantiver ao teu lado, estarei perigosamente enferma. E navegarei em águas invisíveis de execração e contrariedade emocional, refletido no meu aspecto alienado e enfermo. Já pouco claro e louco. Com correntes, encarcerada, nessa embarcação. Onde a chegada ao porto de salvação, ao tratamento da minha enfermidade, não está ainda conjeturada.

Tatiane Gorska
Enviado por Tatiane Gorska em 09/12/2009
Código do texto: T1969502
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