Nenhuma Recordação Mais Doce Há!..

          Não  recordo de ter recebido, nenhum toque - por mais sutil que tenha sido -, que tenha me transportado ao êxtase da entrega verdadeira - encontrada  nos braços de quem se ama e confia.
          Lembro-me, das carícias em forma de brisa, quando despida caminhei ao teu encontro. Nenhuma recordação se apresenta, mais doce que, aquele entardecer à beira mar... Quando solitária e extasiada contemplei o beijo ardente do sol, nos mornos lábios do mar...
          Nenhuma recordação trago em mim... que tenha me despertado maior leveza e ternura, que a do momento em que, no alto da montanha de braços abertos fechei os meus olhos, para te absorver... ora suave... lento; ora forte, impetuoso. Tomando- me o corpo,  arrebatando-me, como que a sugar-me às vestes, conduzindo-me ao torpor... Olhando à paisagem aos meus pés. doce vislumbre por trás do véu neblinante.
          Quando olhei para o alto, muito mais alto do que eu me encontrava... Senti-me tão ínfima... Senti-me nada!
Outra vez, chegaste a mim... senti teus abraços sem braços, entreguei-me, totalmente. Era só tu e eu. Anulei meus pensamentos... Quis ser borboleta voando amparada por te;  quis plainar, rolar, dar cambalhotas, como  uma folha seca... Solta no ar.
Nenhuma recordação mais doce há...



Recife,09/12/09.
EstherRogessi
Enviado por EstherRogessi em 09/12/2009
Reeditado em 15/05/2016
Código do texto: T1969407
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