O cemitério

*Estava frio e as lápides geladas, na umidade da noite chiavam na morbidade do ar que congelava pensamentos e isolava a escuridão, bem mais enegrecida naquele átrio que não pulsa nem pensa, as rozas já murchas e caídas, pendiam para baixo, não mais seguiam a escuridão da noite com suas pétalas desafiando o negror noturno com suas trevas... Neste dia tudo cala; é essa a vez das coisas não vivas, que apesar de enterradas não descansam em paz. Esses seres se juntam ao clima sinistro daquelas horas poucas, só quebrados com a aurora que sempre vem em hora. É estranho como esses lugares sempre parecem descansar sob um véu invisível, qual a noite, mesmo em dias escaldantes onde tudo parece derreter como a líquida e fina parafina do desesperado clamor dos lumes pesados, agora soltos escorrendo para níveis mais baixos. Não sobe vapor algum, só descem as lamentações cristalinas.....

jonnez
Enviado por jonnez em 09/12/2009
Reeditado em 11/12/2009
Código do texto: T1968665
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