A taça do tempo
Tempo, tempo...
O invencível templo.
Ele tem Deus por dentro.
Ergue a sua taça
Em qualquer tempo,
Não há flor na cor
De qualquer raça.
Todo passageiro passa
Como o turista estrangeiro
Passa pela praça
Com seu andar ligeiro
Com seu chinelo
Havaiano, ou franciscano
E lá se foi mais um ano.
Um belo dia
Em que se perca
Toda a graça
Ele erguerá
Firme a sua taça.
E nos mostrará
A vaidade
Do ego humano
Cheio de planos
A pisotear
Por engano
Da sua burrice
Os seus manos.
E na crendice
De quem disse
A maluquice
Que aqui existisse
A ventura
Que jamais dura
Uma semana.
Assim se assegura
Tamanha loucura
De mentes humanas.
Cabeças insanas...
A vida é bela, mas muito rápida.