Viemos a essa vida para andar e lutar. E mesmo antes de vir lutamos para vir e gente que possibilitou a nossa vinda, lutou também, lutou antes de nós. A luta está presente na natureza e provê nossa sobrevivência. Andamos atrás de vida e das condições que a mantêm, andamos atrás da caça e da coleta do alimento que nos manteve vivos e evoluindo. Mantemos nossa espécie não sem essa capacidade de luta, muito embora essa luta hoje adquira significados não assim tão explícitos como eram outrora. Somos devoradores da natureza, comedores de carne e devastamos a cobertura vegetal, a fecundidade e fertilidade da Terra. Não é um discurso ecológico, antes disso, é um discurso sobre a nossa vocação para dominar a natureza, que uns acreditam dada por Deus, enquanto outros não acreditam em outra coisa a não ser nos acidentes da matéria ou na dança da precisão do acaso.
Tanto faz. Estamos aqui e temos fome, temos sede e frio, temos medo, queremos reproduzir a espécie, temos a inquietação quase que insolúveil que pariu toda a filosofia que pariu todas as ciências. E que pariu o homem que engravidou do mundo em que vive e o pariu tal como ele é e deseja que seja outra coisa que não isso que fez. Puta que o pariu! A Mãe Terra é a puta que nos pariu e nos abandonou ao Tempo que nos devora. Somos órfãos de pai e mãe na Eternidade, seres únicos capazes de entrar em confronto com a própria subjetividade, mas incapazes de explicar ou entender o absurdo de cada pergunta que aniquila sua própria resposta. Seres únicos capazes de articulação da palavra, essa mesma palavra que esconde a verdade.
E a verdade é que tenho fome, tenho sede e sono, tenho frio e tenho medo e quero reproduzir minha inquietação pela eternidade afora. A verdade é que tenho o desejo de descobrir se há na morte a plenitude da vida.
A verdade é que sou repleto de palavras que me escondem a verdade. Uso máscaras e esqueci o meu rosto refletido nas águas calmas e tranquilas do último lago em que fui matar a minha sede. E ainda tenho sede, ainda tenho fome, ainda tenho frio e medo e necessidade de me reproduzir.
Não sei se reproduzir a fortuna de não saber as respostas ou a desgraça de fazer as perguntas.
Reproduzir a subjetividade da palavra que esconde a verdade. E da verdade que seja capaz de me esconder a vida.
Agora o jogo começou: aqui estão as minhas palavras!
Tanto faz. Estamos aqui e temos fome, temos sede e frio, temos medo, queremos reproduzir a espécie, temos a inquietação quase que insolúveil que pariu toda a filosofia que pariu todas as ciências. E que pariu o homem que engravidou do mundo em que vive e o pariu tal como ele é e deseja que seja outra coisa que não isso que fez. Puta que o pariu! A Mãe Terra é a puta que nos pariu e nos abandonou ao Tempo que nos devora. Somos órfãos de pai e mãe na Eternidade, seres únicos capazes de entrar em confronto com a própria subjetividade, mas incapazes de explicar ou entender o absurdo de cada pergunta que aniquila sua própria resposta. Seres únicos capazes de articulação da palavra, essa mesma palavra que esconde a verdade.
E a verdade é que tenho fome, tenho sede e sono, tenho frio e tenho medo e quero reproduzir minha inquietação pela eternidade afora. A verdade é que tenho o desejo de descobrir se há na morte a plenitude da vida.
A verdade é que sou repleto de palavras que me escondem a verdade. Uso máscaras e esqueci o meu rosto refletido nas águas calmas e tranquilas do último lago em que fui matar a minha sede. E ainda tenho sede, ainda tenho fome, ainda tenho frio e medo e necessidade de me reproduzir.
Não sei se reproduzir a fortuna de não saber as respostas ou a desgraça de fazer as perguntas.
Reproduzir a subjetividade da palavra que esconde a verdade. E da verdade que seja capaz de me esconder a vida.
Agora o jogo começou: aqui estão as minhas palavras!