Culpa
Sentimento que nos grassa,
quase de graça.
Nossos genitores nos vislumbram nos berços.
Com mentes formadas,
e talvez deformadas,
não nos avaliam que deles somos um terço.
Muitas vezes alegres e inocentes
nos tomam em seus braços.
Vamo-nos tornando gente
conforme o tempo passa.
Porém, não de apercebem,
concedendo-nos ilusões.
Fazem-nos crer
em carochinha e bichos papões.
E nas nossas aflições
a nós nos rezam os seus terços...
Que mentes inteligentes
que, metem pra gente,
as suas sementes.
A história é antiga,
vem desde Adão,
lá do primeiro homicídio
entre dois irmãos.
Filhos de Eva, Caim mata Abel,
que ficou vagando ao léu
e na treva.
Até já nos disseram
do pecado original,
que originou todo o mal.
Se crê em Papai Noel.
A nossa culpa estigmatiza-se
nos nossos primeiros dias,
passageira alegria,
ás vezes agonia...
Não se pode fazer isto,
não se pode fazer aquilo.
Não mexa aí,
aí não ponha a mão...
Criamos os nossos grilos.
Mostram-nos o inferno,
e também o paraíso.
Repreendem-nos e nos agradam,
como coisas normais.
Estes choques nos chocam
a psique e o físico.
São choques anafiláticos,
ou psicossomáticos?
Medite irmão,
e não chore o leite derramado.
Graças a Deus, você também é humano,
é pai, filho e irmão.
Vá sempre em frente,
e sempre enfrente
o seu pseudopecado.
Ame à sua maneira,
e não se deixe ficar recalcado.
Lembre-se, você é,
mais um entre bilhões,
quebrando esses grilhões.
Do livro:
O sucesso poético a cada segundo
jbcampos