A solidão da noite
A solidão da noite
Como é solitário o silêncio parcial da noite
Tantos dormem, outros vagueiam
Tantos choram, outros esperam
Uma coisa é certa
A solidão da noite
As horas parecem não ter pressa
Pressa essa de quem vive a noite
Do plantonista ao doente
Que utopicamente crê que
Que a luz lhe trará alívio
Uma coisa é certa
A solidão da noite
A noite solitária é inimiga dos que amam
Pois a estes passa ligeira
Eternizando pensamentos, sentimentos
Momentos e perfumes
Uma coisa é certa
A solidão da noite
Na penumbra a os que choram
Os que se iludem com venenos
Os que vivem o torpor da ilusão
Dos amores idílicos
Uma coisa é certa
A solidão da noite
Enfim, a os que oram, os que choram
Os que partem, os que chegam
Os que cantam e esperavam aplausos
Os que se embriagam e ébrios vão enfrentar o destino
Uma coisa é certa
A solidão da noite
Os boêmios não sabem
Mas intrinsecamente são solitários
Que embora acompanhados de outros
Chegam a conclusão de que
Uma coisa é certa
A solidão da noite