O pecado predileto do diabo
POr Luciana Maximo e Tatiana Neves
Era uma tarde chuvosa de sábado, do mês de dezembro. Estávamos a conversar sobre alguns aspectos que norteiam a humanidade perversa. Dinheiro, beleza, sexo e vaidade.
Graças a nossa era tecnológica nossa conversa oline começou num simples bom dia.
L.Maximo diz:
bom dia! Sinto inveja de você quando diz que o amor morreu.
Taty Neves diz:
Lindo dia cinza! Talvez pisei nele sem querer.
L.Maximo: Gostaria de me fazer CIA?
numa taça de vinho? Estou precisando poetizar com alguém, amiga.
Taty diz:
tenho salão! Daki a pouco leva umas duas horas a escova,
L.Maximo: sem problemas, eu vou limpar casa, venha mais tarde
Taty diz:
blz então, vou ao salão depois passo aí...
a escova pronta e a gente se serve a primeira taça e a conversa gira em torno da vaidade humana.
L. Maximo diz: meu amor desceu o nível.
Taty diz: pois é isso que não me descia, no meu.
Luciana diz: a coisa chegou ao absurdo e eu preciso amiga deixar morrer isso.
Taty diz: Sobre toda contradição há um a razão...
L. Maximo diz: Como assim, deixe um pouco as metáforas e utilize mesmo uma vagabunda catacrese
Taty diz: A vida é baixa, pois eh, e as pessoas se colocam mais baixa ainda. Começo a me sentir mal com essa afirmação, porque no fundo a vida não é baixa, as pessoas que não estão a altura.
L. Maximo diz: você está me deixando zonza! Seja menos patética, encha ttaça e acenda um miserável cigarro que daqui a pouco vou comprar mais um maço. Diga-me se fui baixa em minha forma de prostar, se achei que valia a pena tal demonstração naquele momento? Estava embriagada com aquele corpo novo ali despojado na minha cama, minha cara amiga.
Taty diz: amiga, não sei se foi patético o seu feito. Mas, a prostração não me cai muito bem. Algo me cansa ao inicio de nossa conversa, vc me parece já vencida, me diga.
Por onde anda teu inimigo? A espada que lhe cortou? Acaso teu sândalo esvaiu-se?
L. Maximo diz: ora amiga, sinto-me tão paradoxal neste momento. Sabe aquilo que a abastecia, eu derramei tudo no chão. Disse algumas verdades que o silêncio covarde não me deixou nenhuma alternativa de sucumbi-la a uma simples condição de mortal...
Taty diz: então é o fim? De um relacionamento imaginário e poetizado por você, sabe amiga sinto tristeza ao me dizer que toda sua inspiração foi derramada ao chão. Mas onde encontras-te tamanha inspiração que lhe movimentava a alma, o ser? A vida é imensa e simplesmente o fato de observa-la já me basta, a dizer que isso também me inspira. Como sua vida morreu?
L. Maximo diz: Na verdade amiga eu sentia que nada mais havia ali. Aliás, sempre vi que nada existia senão uma gratuita adoração. Estive por um tempo completamente tomada. Estava inerte em imagens que só eu vi.
Taty diz: Ora, amiga deixe esse seu lado religioso aos que merecem, creio eu, ser somente os anjos, os santos e a quem couber tamanha conduta ilibada. No mais, não vejo por aki passar sequer um desses, e já está para chegar fevereiro, ai é que os demônios vêm.
L. Maximo diz: Eh minha cara amiga, preciso compreender algo que não é claro ainda. Eu nunca ofereci dinheiro, comodidade, nada. O que teria afinal de motivos para querer me iludir com aquele corpinho de ninfa?
Tay diz: perda de tempo tentar compreender, os feitos alheios, se o amor dessa ninfa foi endereçado a ti e você de corpo e alma á acolheu, então minha amiga, ali, poste sem pensar seu coração e de coração não entendo. Pergunte a um cardiologista.
L. Maximo diz: teria sido a vaidade? A maldita vaidade que consome a humanidade? A vaidade de se sentir em alguns instantes, musa de meus insanos versos?
Tay diz: creio que sim, pois a vaidade por si somente é uma musa. E aos encantados por esta coisa chamada vaidade, a de ter somente de ti a tua piedade. Erra-te em dar-lhe o amor. A vaidade não sabe amar. A vaidade é egoísta, ela requer, retém por saber que quanto mais possui nunca nada tem.
L. Maximo diz: mas amiga, ter vaidade não é tão ruim. Existem vaidades e vaidades? Eu diria que sou vaidosa, quando quero está sobre aplausos dos patéticos. Mas não é uma vaidade que sucumbe o outro, é uma vaidade necessária, tentar ser melhor naquilo que és.
Tay diz: já eu diria, que a vaidade sucumbe a todos se não pesado sua medida chegando até ser um crime quando utilizado de forma letal aos sentimentos alheios. Ou melhor, aos próprios sentidos como alimento para o ego. Não se deixe usar! Não pela vaidade, só pelo amor.
L. Maximo diz;
Nada mais a acrescentar...
Até
Taty diz: até um outro sentimento!