A mesma saudade

O pouco que restou de mim,

guardo, para uma volta, talves.

Enquanto isso, fico eu aqui,

ouvindo a voz quarenta e quatro

da Ana Carolina, cantando

sobre meninos e meninas.

Arremedos de dores,

que o poeta escreve,

em momentos cruéis

e que se ouvem nas favelas,

em loucos decibéis,

para o outro lado do mundo ouvir,

sentir que ainda faz falta.

Mas, se isso resolvesse,

ninguém jamais partiria.

As gargantas gritam e se agitam

em choros tantos e no entanto,

são saudades mal feitas;

desfeitas quando a cerveja vem,

acompanhada daquela moça

que sempre traz um novo amor.

Pois é, saudades são todas iguais...