Cal e vinho
Se és das camadas mais ausentes, amiga, por que te desfazes nas sombras? Se és, de fato, a coisa mais importante aqui, por que te aceitas dessa mesma forma, na mesma mesmice? Os tanques estão cheios, e ainda há dádivas lá nos poços... São cal e vinho, eternamente misturados, eternamente embriagados, eternamente convertendo os sóbrios em ébrios. Eu fui o ébrio. Eu sou o sóbrio.
É cal em vinho, nas vinícolas mais distantes, a dominar o nosso mundo ! Um serve de maquiagem à cara alheia, outro de sangue aos oprimidos, às vezes divertindo, às vezes iludindo, às vezes à margem de caixas, às vezes em mim.
Se és amiga, amada, ajuda-me a vencer, pois em cal e vinho eu me perdi naquela estrada.