POETA: CRIANÇA OU ADULTO...?




Penso que todos os poetas, no fundo,
São crianças que teimam em não crescer;
E que acalentam sonhos e fantasias
Dentro de um casulo,
Que vão crescendo, crescendo,
E de vez em quando eclodem
Transformando-se em lindas borboletas
Nas formas de poesias ou poemas,
Ou prosas poéticas...
Ao mesmo tempo o poeta é um adulto
Que faz da beleza da lua, o seu cúmplice
No amor não correspondido e ainda esperado...
Que faz da natureza, o seu refúgio
Nas horas do amargor da solidão e abandono...
Que faz do canto dos pássaros,
O seu mensageiro ao amor longínquo
E que demora a voltar...
Que faz do perfume da flor,
A sua invisível presença marcante junto ao ser que ama...
Que faz do sorriso de uma criança,
A inocência e a timidez do primeiro amor...
E finalmente o poeta se rende...
Seja criança ou adulto, está sempre à procura do amor
No passado, no presente ou, quiçá, no futuro....!
Mas refletindo bem o poeta se entrega
E reconhece, afinal, que encontra o amor
Em tudo que descreveu: lua, natureza, pássaros, mar, crianças...
E tudo isso... No Criador de todas essas coisas...!