Mais mefistofélico do que nunca
Há gente aí? Não escutam meus gritos? Onde está a pátria? E o intelectual salvador das palavras e da gramática? Há mais giz nas calçadas? Há mais interrogações? Sim, amigo, há cada vez mais sentenças duras sobre nós. Há cada vez mais ombros que suportam o mundo (como dizia o Drummond). Há cada vez mais mundo infinito, cheio de fins e limites para o homem, pelo homem, POR homens. E os homens ainda fumam. Ainda matam. E eu fumo. E eu mato. E eu persigo a coisa-da-vida cheio de esperanças bobas. Há gente aí na poltrona? Há pais aí nas cadeias? Há paz aí nas curvas sombrias da vida? E eis-me sempre no EIS... E olha aí: os inimigos, os amigos-quase-amigos, os parentes, as parturientes, os holocaustos, os deuses e os semi-deuses aqui, sob meus pés de poeta, sob meu olhar de assassino. És assassino, amigo leitor? É amigo, leitor? És leitor, amigo? Gostas das palavras? E prossigo assim: mais esperto e experto do que quando iniciei este texto. E continuo mais mefistofélico do que nunca !